Anunciação do Senhor - Fé e disponibilidade

A partir do exemplo de Maria, a qual aceitou prontamente o projeto do Senhor, também nós, precisamos ter fé, disponibilidade e prontidão para assumir nossa missão.

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A Solenidade da Anunciação do Senhor hoje celebrada, nos insere no mistério da encarnação de Jesus na humanidade. Com o anúncio da Encarnação do Filho de Deus à Virgem Maria, Deus entra em nosso mundo fazendo-se humano como nós. Assim, a entrada do Verbo Divino em nosso meio eleva a natureza humana a um grau de santidade jamais imaginado por alguém. Pelo “sim” de Maria manifesta-se a maior expressão do amor de Deus por toda a humanidade.

Maria foi contemplada no Mistério da Encarnação como a escolhida para ser a Mãe de Deus. Diante do anúncio do anjo Gabriel, Ela se submete num ato de fé e de humildade. Aceitando a sua parte na missão salvífica de modo disponível. Maria Santíssima demonstra sua confiança no Senhor fazendo-se Instrumento Divino nos acontecimentos que hão de vir. Pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da Maternidade Divina, mas também, os sofrimentos e os sacrifícios que a ela estavam ligados.

Por causa de sua fé, Maria, mesmo sem saber como acontecerão os fatos a partir daquele instante, aceita fazer a vontade de Deus, incondicionalmente. Como serva não tem mais direitos, por essa razão, se coloca numa atitude de total disponibilidade ao Seu Senhor.

Maria compreendia a grandeza de Deus e o nosso “nada”. Devido à sua humildade, assustou-se ao ouvir os louvores do Anjo: “Ave, cheia de graça.”

São Tomás de Vilanova nos diz que poderosa e eficaz é palavra! Com um “Fiat” (faça-se) Deus criou a luz, o céu, a terra, mas com este “Fiat” de Maria, Deus se tornou homem como nós.

Pela ação do Espírito Santo, formou-se, no seio da Virgem Maria, o Filho de Deus. Essa foi a maior de todas as maravilhas: na Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo (verdadeiro Deus e verdadeiro Homem), se unem as naturezas divina e humana.

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica a Anunciação a Maria inaugura a “plenitude dos tempos” (cf. Gl 4, 4), isto é, o cumprimento das promessas e dos preparativos. Maria é convidada a conceber Aquele em quem habitará “corporalmente toda a plenitude da Divindade” (cf. Cl 2, 9). A resposta divina ao seu “como será isto, se Eu não conheço homem?” (cf. Lc 1, 34) é dada pelo poder do Espírito: “Espírito Santo virá sobre ti” (Cf. Lc 1, 35).

São João Paulo II completa que no momento da Anunciação, respondendo com o seu “fiat”, Maria concebeu um homem que era Filho de Deus, consubstancial ao Pai. Portanto, é verdadeiramente a Mãe de Deus, uma vez que a maternidade diz respeito à pessoa inteira, e não apenas ao corpo, nem tampouco apenas à ‘natureza’ humana. Deste modo o nome ‘Theotókos’ — Mãe de Deus — tornou-se o nome próprio da união com Deus, concedido à Virgem Maria.

Por meio da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, no sei da Virgem Maria, a proclamamos Mãe de Deus. Então, afirmamos que o Reino de Deus já está no meio de nós, pois o dogma da maternidade divina assevera que o próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo, entrou na história humana.

Peçamos a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, a graça da fé e da disponibilidade assumirmos de coração aberto a nossa missão de filhos e filhas de Deus.

 

Fonte: Texto baseado em escritos de Rita de Sá Freire.