Viver em comunhão e com esperança

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Todo caminho tem início, meio e fim. Sabemos que na vida espiritual o principal meio para o progresso na realização da vontade de Deus a nosso respeito e? a orac?a?o. Colocar-se à escuta da Palavra de Deus qualifica o entendimento, a acolhida e resposta à iniciativa divina em nossas vidas. Viver em comunhão só é possível se mantenho, qualitativamente, essa união com Deus e atenção aos meus irmãos. 

O Papa Francisco nos exorta ao encontro com Cristo que ilumina e encoraja a abraçarmos a própria verdade: “Deixar-se conquistar e guiar pelo amor de Cristo alarga o horizonte da existência, dá-lhe uma esperança firme que não desilude. A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada – a vocação ao amor – e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade”. (Lumen Fidei, 53)

O Evangelho convida-nos sempre a abraçar o “risco do encontro com o rosto do outro”, com a sua presença física que interpela, com o seu sofrimento e suas reivindicações, com a sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado, pois, na sua Encarnação, o Filho de Deus convidou-nos à revolução da ternura (EG. 88). Essa experiência dá o “tempero” da vida cotidiana, marca o ritmo de nossos passos rumo à comunidade e nos faz sermos pessoas de esperança!

Na encíclica Fratelli Tutti encontramos que, às vezes, para dar esperança, basta ser “uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença” (F.T.,224). Se, de fato, vivemos segundo as inspirações do Espírito Santo que infunde em nós a esperança que não desilude, é preciso “esperançar” e, isso, é possível se vivo em comunhão com os meus irmãos e irmãs. 

Caminhar ciente do carisma recebido requer uma atitude constante de discernimento, de amadurecimento humano e espiritual, do cultivo de uma vida de oração, de escuta da Palavra, de partilha, de comunhão, e, consequentemente, na tradução do carisma pessoal em serviço, caridade ao próximo, ao mais necessitado. 

Olhemos para o exemplo da Bem-aventurada Clélia Merloni que não mediu esforços para levar a todos um raio da ternura do Coração de Jesus! 

Texto por: Ir. Vânia Cristina de Oliveira – ASCJ