VOCÊ É QUEM VOCÊ VESTE OU VOCÊ VESTE QUEM VOCÊ É?
Há uns 3 anos, numa véspera de Natal, nossa comunidade religiosa foi almoçar no shopping. Subindo as escadas demos de cara com um rapaz todo vestido de preto, com piercing, alargador e tatuagem. Nos cumprimentamos e ele disse:
“Nossa! Que bom encontrar vocês aqui! Eu havia me esquecido que o Natal é o nascimento de Jesus. A gente vem comprar presentes e pensar na festa e esquece o verdadeiro motivo de comemorar.”
Este é um claríssimo exemplo de porque usamos um hábito: para ser um sinal de Deus!
É claro que um hábito nos identifica como Apóstolas, Clarissas, Franciscanas ou Camilianas, mas a “missão” do hábito é ser sinal de Deus. E pra quando a gente andar na rua as pessoas saberem que tem um consagrado por ali. Nem que seja para pensar: “Nossa! Ainda tem doido que quer seguir Jesus!” Sem problemas! O que importa é que elas ao menos se lembraram que Deus existe!
Usar um hábito também é uma grande responsabilidade porque quando digo ou faço algo, não represento só a mim, mas todas as minhas Irmãs e a Igreja. Se eu faço uma barberagem no trânsito, por exemplo, vão gritar: “e ainda por cima é uma freira!”, mas se eu cumprimento com um sorriso, demonstro respeito e afeto a alguém que se sente excluído da religião por algum motivo, é a própria Igreja que acolhe, é como se Deus demonstrasse o seu amor.
Uma vez fiz uma experiência muito bonita quando comecei a participar de umas aulas com um grupo que, sem me conhecer, apenas por conta do hábito, me rejeitou completamente e agia agressivamente porque pensavam que, por serem meio louquinhos e de cabelo colorido, eu os condenaria. Fui tentando levar numa boa até eles perceberem que não tinha nada a ver. Depois que ficamos próximos, eles passaram a olhar diferente para todas as Irmãs, e eu nunca precisei falar de Deus, pois eram eles que vinham me contar suas experiências boas com Ele.
Ainda que você não use um hábito/roupa, seus hábitos/atitudes devem sempre, em qualquer lugar, falar de Deus, seja na Igreja, numa loja, numa festa, porque a gente nunca sabe onde está a pessoa que precisa ver este sinal.
