Assim como os adultos contaram com muitas mudanças na rotina, desde o início da pandemia da Covid-19, as crianças também tiveram seus hábitos bastante alterados. As idas à escola todos os dias, os encontros com os colegas e professores em sala de aula e as atividades extracurriculares tornaram-se raras, e isso pode acabar influenciando na saúde mental dos pequenos, despertando a ansiedade infantil.
A quantidade de tempo livre aumentou e, muitas vezes, não basta assistir à televisão ou jogar videogame para gastar toda a energia acumulada. Então, suas apreensões trazem comportamentos e atitudes, de certa forma, inadequados para o momento, pois eles não têm a mesma capacidade cognitiva dos adultos em compreenderem suas emoções e sentimentos, causando tal estranheza.
Algumas manifestações de ansiedade infantil são comuns durante a fase escolar: a mudança de professor, novas turmas, lições de casa e etc. No entanto, toda a mudança de estilo de vida causada pelo coronavírus é novidade inclusive para os pais. Por isso, convidamos a Psicóloga Escolar Patrícia Brunelli, do Colégio São Francisco, para explicar melhor sobre os sintomas, fases, possíveis tratamentos e como lidar com a ansiedade das crianças.
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A ansiedade infantil possui relação com as experiências anteriores da criança e sua resposta envolve componentes cognitivos, fisiológicos e comportamentais. A psicóloga Patrícia Brunelli enfatiza que, na maioria das vezes, esta preocupação se desenvolve em relação ao desempenho escolar, assuntos ligados à morte, à saúde ou amizades. Medos mais específicos, como o medo do escuro, por exemplo, também são bastante comuns. No entanto, junto ao crescimento, a capacidade cognitiva é estimulada, trazendo, assim, mudanças nestes receios.
Contudo, ao sentirem a ansiedade, algumas crianças começam a evitar as situações que geram o medo e, aos poucos, vão se isolando, causando prejuízos para a vida social e deixando de aproveitar o dia a dia. Dessa forma, o desenvolvimento e a manutenção de estados emocionais negativos podem trazer transtornos psicológicos, causando mudanças no modo como ela observa e percebe os acontecimentos ou julga suas próprias atitudes.
A psicóloga escolar Patrícia Brunelli destaca que a ansiedade não deixa de ser uma emoção que todos sentem e, inclusive, ela se torna muito importante para que as pessoas possam cuidar dos perigos reais. Ou seja, uma certa quantidade de ansiedade é normal, pois estimula e entusiasma o ser humano. “... Um exemplo disso é quando estamos passando por situações desconhecidas ou desafiadoras, as quais também sentimos ansiedade”.
Porém, quando a ansiedade infantil se torna intensa, os efeitos são significativos, dificultando a relação com os colegas, com a escola e com a vida, no geral, causando reações emocionais e fisiológicas com sintomas desagradáveis.
Estes sintomas podem ser subjetivos — como as sensações de angústia, preocupação, medo e pavor — e físicos, como tontura, coração acelerado, dificuldade para respirar, suor nas mãos, tremores, nervosismo, dificuldade de concentração, respiração curta, garganta seca, pernas moles, voz trêmula, sensação de desmaio, visão turva, dor de cabeça, dor de barriga e entre muitos outros.
Patrícia ainda lembra que “... em tempo de Coronavírus, as preocupações aumentaram e nossas memórias retêm informações de pandemia e medidas de proteção, as quais nos levam a uma preocupação intensa e, consequentemente, os sentimentos de ansiedade aparecem e variam em alterações emocionais e físicas. Sentir-se ansioso diante de toda essa situação é o esperado, mas não o desejado, e temos que nos esforçar para nos adaptarmos a essa realidade de maneira saudável”.
No mundo moderno e com o estilo de vida atual, o estresse e a ansiedade passaram a ser parte da rotina; no entanto é importante estar atento para não aumentá-la. E isso deve ser trabalhado também com as crianças, através de conversas a respeito de suas próprias emoções, do controle de suas atitudes e das situações em que não é possível ter o controle de tudo.
Esse acolhimento emocional dá a oportunidade de expressar os sentimentos, de forma que os sinais específicos associados à ansiedade possam ser reconhecidos pelos pais e pela própria criança, incentivando a construção de um comportamento positivo diante daquela emoção. Assim, também é possível entender como manejar os sentimentos ansiosos e aprender a rebater os pensamentos distorcidos.
• Respiração: instrua a criança a puxar o ar lentamente e segurá-lo durante 5 segundos, soltando-o pouco a pouco. Essa técnica pode ser ensinada de maneira divertida, pedindo para que ela que assopre bolhas, por exemplo. Após algumas repetições do exercício, a criança irá se acalmar.
• Distração: esta é uma maneira de substituir o foco dos sinais corporais internos para os estímulos externos;
• Atividades relaxantes: seja um exercício físico, a leitura de um livro ou simplesmente ver imagens calmantes que ajudam a criança a pensar em um lugar especial, diminuindo a tensão do momento.
Porém, caso a criança não consiga se acalmar — mesmo com todos os esforços — e os sintomas passarem a interferir em sua vida, significa que quem mantém o controle da situação é a ansiedade. E, quando isso ocorre, é necessário buscar ajuda profissional.
Após ler esse texto, você também pode se interessar por outros conteúdos do blog da Sagrado, confira a entrevista com a Psicóloga Escolar Mariana Bonnás, do Colégio São José, a respeito dos sinais e características do TDAH.
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